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Automação inteligente: redefinindo a produção em um cenário global dinâmico

As cadeias de abastecimento seguem enfrentando desafios em um cenário global dinâmico. Mudanças nas regras de comércio, variações nos custos

Por Adrian Covi, gerente de robótica para indústrias da ABB Brasil

As cadeias de abastecimento seguem enfrentando desafios em um cenário global dinâmico. Mudanças nas regras de comércio, variações nos custos e a adaptação a diferentes mercados fazem com que as indústrias busquem novas formas de manter eficiência e competitividade. Nesse contexto, a automação robótica se destaca não só como uma aliada na produtividade, mas também como um elemento estratégico para trazer mais flexibilidade e resiliência às operações.

Situações inesperadas ao longo dos últimos anos mostraram como a capacidade de adaptação rápida é essencial para os negócios. Empresas que já contavam com automação robótica conseguiram responder de forma ágil a mudanças na demanda e manter a continuidade operacional em cenários desafiadores — como ocorreu em setores de bens de consumo e logística, que precisaram se reorganizar para atender picos de produção e entrega.

A indústria tem enfrentado um cenário cada vez mais dinâmico, com mudanças frequentes nas demandas do mercado, nos custos operacionais e nas exigências regionais. Para acompanhar essa evolução, é essencial contar com modelos de produção mais flexíveis e descentralizados. Nesse contexto, a automação robótica se torna um diferencial, permitindo que fábricas operem com mais agilidade, eficiência e capacidade de adaptação em diferentes localidades. Nesse sentido, os avanços recentes em tecnologia permitem que linhas de produção automatizadas sejam rapidamente instaladas, reorganizadas e escaladas. Soluções que integram robótica, IoT e análise de dados estão criando ecossistemas industriais inteligentes. Robôs conectados a redes de supply chain identificam gargalos em tempo real e propõem ajustes imediatos.

Robôs colaborativos, AMRs (robôs móveis autônomos) e sistemas digitais permitem personalização em massa e mudanças ágeis na produção. As chamadas "células modulares de produção" também se destacam por suportarem maior variação de produtos e volumes. Ao permitir a substituição ou reconfiguração de módulos sem interromper a produção, esse modelo garante escalabilidade e adaptação conforme as flutuações da demanda.

Outro exemplo promissor é o uso de gêmeos digitais. Na fábrica da Volvo, em Curitiba, a simulação de células automatizadas por meio de realidade aumentada está otimizando o layout de produção, reduzindo tempo e custos de engenharia e promovendo maior colaboração interna. A animação virtual ajuda a prever problemas como interferência de cabos e necessidade de ajustes de design — fator essencial em áreas com espaço físico limitado, como nas oficinas de pintura.

A indústria está cada vez mais exposta a mudanças rápidas — seja por variações na demanda, evolução tecnológica ou novas exigências de mercado. Nesse cenário, a automação robótica se consolida como uma aliada estratégica, capaz de transformar desafios em oportunidades. Investir em flexibilidade produtiva já não é mais uma vantagem competitiva — é uma necessidade para quem quer crescer de forma sustentável e resiliente. Hoje, quem se destaca no mercado é quem alia agilidade tecnológica à visão estratégica. As cadeias de suprimentos mais eficientes já não são definidas por onde se produz, mas por como se produz. E a resposta para esse "como" já está disponível — na automação inteligente.